A Revolução Industrial e a questão social: modernidade e trabalho( Inglaterra - séculos XVIII e XIX)


A Revolução  Industrial aconteceu na Inglaterra  a partir da segunda metade do século XVIII. Porém, a indústria moderna não surgiu de repente e os trabalhadores experimentaram várias transformações no processo do trabalho, ou seja, das oficinas às indústrias domésticas , das indústrias domésticas às manufaturas, das manufaturas às maquinofaturas.A cada mudança, o modo de vida dos trabalhadores modificava-se também e eles viam-se forçados a adaptar-se às transformações que aconteciam, não apenas em seu trabalho, como também em sua vida particular.
Mas os trabalhadores não permaneram passivos diante de tantas mudanças em suas vidas. Eles organizaram várias formas de resistência. Uma das primeiras formas de resistência dos trabalhadores de fábrica contra a crescente exploração foi o ludismo. O nome vem do suposto líder do movimento, John Ludd, responsável   pela organização de grupos de operários no início do século XIX, na região de Nottingham. O movimento ludita se espalhou por outras regiões.Os luditas invadiam fábricas e quebravam máquinas, motivados, principalmente por duas razões:
A primeira consistia em destruir as propriedades dos patrões e forçá-los negociar melhores condições de trabalho, impedindo a contratação de trabalhadores extras (que levava ao pagamento de salários mais  baixos ). A segunda razão estava na visão que esses trabalhadores tinham sobre as máquinas consideradas auxiliares de sua exploração e substitutas da mão-de-obra num momento em que havia milhares de desempregados. Em ambos os casos, os luditas pressionavam por direitos sociais.
O Parlamento, controlado pela burguesia, não tardou a estabelecer a pena de morte: em 1813, quatorze quebradores de máquina foram enforcados. A partir de então o movimento declinou até desaparecer. A experiência ludita mostrou aos trabalhadores a necessidade de uma organização de tipo política, isto é, voltada para a conquista de direitos de representação parlamentar a partir dos quais fossem criadas leis trabalhistas. Mas isso implicava reformar o sistema eleitoral inglês, baseado no voto sensitário.
A nova expressão do movimento operário foi o cartismo, que acabou recebendo apoio da pequena burguesia também excluída do processo político. Inúmeros, abaixo-assinados foram encaminhados pelos cartistas ao Parlamento britânico, exigindo reformas. O mais conhecido deles - foi a Carta do Povo, de 1838.
A carta do Povo - da qual derivou o nome cartismo - reivindicava sufrágio universal e secreto para os homens, renovação anual do parlamento, igualdade entre os distritos eleitorais, o fim da exigência de propriedade aos candidatos e remuneração aos membros da Câmara dos Comuns. Esta, foi recusada pelos parlamentares e transformou-se no programa de luta do cartismo. Esse movimento organizou a primeira greve geral na Inglaterra,em 1842. A greve e uma petição com cerca de três milhões de assinaturas obrigaram o Parlamento a editar leis em benefício dos trabalhadores. Perseguido, o cartismo declinou a partir de 1848.
                                                                                                        

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